As avós e os avôs
Há aquelas e aqueles que nos enchem de mimos e com tudo o que queremos, os que educam com regras e rotinas, as que inventam brincadeiras sem fim e os que nos aconchegam tão bem à noite, com beijinhos, um toque especial nos lençóis ou mesmo com aquelas palavras sábias e mágicas que nos são ditas com a tranquilidade de quem já percorreu muita estrada da vida.
Ter avós é precioso e faz de nós pessoas melhores. O melhor de tudo é que os efeitos duram para sempre. Mesmo depois deles partirem. Também para sempre.
Por isso, no mês do Natal, o texto é dedicado aos avós, a todas e a todos. Aos que ainda estão no activo e os que já partiram mas deixaram tanto. Como os meus.
Pela paciência que só eles conseguem ter, pelo tempo que têm e arranjam, por um amor que é único e que faz deles avós e que, desconfio, só se adquire mesmo quando se é avô ou avó. Por não quererem ser pais, ou por terem e aceitarem ser quando às vezes não há outra hipótese. Por ensinarem coisas de um tempo em que a terra girava doutra forma e em que se pensava de forma diferente. Por gargalharem com os netos e por cantarem para adormecerem.
Aos avôs e às avós, por sorrirem de forma cúmplice e tranquilizante e acolherem quando os pais precisam de tempo ou quando os netos precisam de espaço. Por aceitarem mesmo quando não compreendem, por compreenderem mesmo quando é incompreensível. Por passarem valores fundamentais, como a tolerância, a solidariedade, a compreensão, a diferença e o perdão. Por conseguirem estar em silêncio.
As avós e aos avôs que mesmo quando não sabem fazer, dizer ou ser, existem e fazem de nós pessoas melhores, sempre. Quando estão connosco e mesmo depois, quando partem, para sempre.
Rita Castanheira Alves
Fonte imagem: https://super.abril.com.br/saude/avos-que-ajudam-a-cuidar-dos-netos-vivem-por-mais-tempo/